AMAMENTAÇÃO
DIFICULDADES COM O ALEITAMENTO NO PERÍODO PUERPERAL
É essencial a conversa dos profissionais da saúde no sentido de orientar a gestante sobre a prevenção
de situações de dificuldade durante a amamentação!
Alguns exemplos de abordagens:
1. Pega incorreta do mamilo- A pega incorreta da região mamilo-areolar faz com que a criança não
consiga retirar leite suficiente, levando a agitação e choro. A pega errada, só no
mamilo, provoca dor e fissuras e faz com que a mãe fique tensa, ansiosa e perca a
autoconfiança, acreditando que o seu leite seja insuficiente e/ou fraco.
2. Fissuras (rachaduras)- Habitualmente, as fissuras ocorrem quando a amamentação é praticada com
o bebê posicionado errado ou quando a pega está incorreta. Manter as mamas
secas, não usar sabonetes, cremes ou pomadas, também ajuda na prevenção.
Recomenda-se tratar as fissuras com o leite materno do fim das mamadas, banho
de sol e correção da posição e da pega.
3. Mamas ingurgitadas- Acontecem, habitualmente, na maioria das mulheres, do terceiro ao quinto
dia após o parto. As mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (pele
brilhante), às vezes, avermelhadas e a mulher pode ter febre.
Para evitar ingurgitamento, a pega e a posição para amamentação devem
estar adequadas e, quando houver produção de leite superior à demanda, as mamas
devem ser ordenhadas manualmente. Sempre que a mama estiver ingurgitada, a
expressão manual do leite deve ser realizada para facilitar a pega e evitar fissuras.
O ingurgitamento mamário é transitório e desaparece entre 24 e 48 horas.
4. Mastite- É um processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer na mama lactante,
habitualmente a partir da segunda semana após o parto. Geralmente, é unilateral e
pode ser consequente a um ingurgitamento indevidamente tratado. Essa situação
exige avaliação médica para o estabelecimento do tratamento medicamentoso
apropriado. A amamentação na mama afetada deve ser mantida, sempre que
possível e, quando necessário, a pega e a posição devem ser corrigidas.
5. Ordenha manual- É no pré-natal que o aprendizado da ordenha manual deve ser iniciado. Para
que haja retirada satisfatória de leite do peito, é preciso começar com massagens
circulares com as polpas dos dedos, indicador e médio, na região mamilo-areolar,
progredindo até as áreas mais afastadas e intensificando nos pontos mais dolorosos.
Para a retirada do leite, é importante garantir o posicionamento dos dedos,
indicador e polegar, no limite da região areolar, seguido por leve compressão do
peito em direção ao tórax ao mesmo tempo em que a compressão da região areolar
deve ser feita com a polpa dos dedos.
6. Contra-indicações da amamentação: São raras as situações, tanto maternas quanto neonatais, que contra-indicam
a amamentação.
Entre as maternas, encontram-se as mulheres com câncer de
mama que foram tratadas ou estão em tratamento, mulheres HIV+ ou HTLV+,
mulheres com distúrbios graves da consciência ou do comportamento.
As causas neonatais que podem contra-indicar a amamentação são, na
maioria, transitórias e incluem alterações da consciência de qualquer natureza e
prematuridade.
São poucas as medicações que contra-indicam a amamentação. Nenhuma
medicação deve ser utilizada, sem orientação médica, pela puérpera que está
amamentando. Na eventualidade da medicação utilizada ser classificada como de
uso criterioso ou contra-indicada durante a amamentação, o procedimento de
escolha é optar por outras alternativas terapêuticas e não suspender o aleitamento.
Mulheres portadoras do HIV/HTLV – contra-indicação para o
aleitamento.
O risco de transmissão do HIV pelo leite materno é elevado, entre 7% a
22%, e renova-se a cada exposição (mamada). A transmissão ocorre tanto pelas
mães sintomáticas quanto pelas assintomáticas.
O risco de transmissão do HTLV1 e 2 (vírus linfotrófico humano de células T)
pela amamentação é variável e bastante alto, sendo mais preocupante pelo HTLV1.
As gestantes HIV+ e HTLV+ deverão ser orientadas para não amamentar.
Quando por falta de informação o aleitamento materno tiver sido iniciado, torna-se
necessário orientar a mãe para suspender a amamentação o mais rapidamente
possível, mesmo em mulheres em uso de terapia anti-retroviral. Após o parto,
a lactação deverá ser inibida mecanicamente (enfaixamento das mamas ou uso
de sutiã apertado) e deve-se considerar o uso de inibidores de lactação, como a
cabergolina, bromocriptina e outros, respeitando-se as suas contra-indicações. A
amamentação cruzada – aleitamento da criança por outra nutriz – está formalmente
contra-indicada.
A criança deverá ser alimentada com fórmula infantil durante os seis
primeiros meses de vida, necessitando posteriormente da introdução de outros
alimentos.
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TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO
Com alguns cuidados, a amamentação não machuca o peito. A melhor posição para amamentar é aquela em que a mãe e o bebê sintam-se confortáveis. A amamentação deve ser prazerosa tanto para a mãe como para o bebê. O bebê deve estar virado para a mãe, bem junto de seu corpo, bem apoiado e com os braços livres. A cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. Só coloque o bebê para sugar quando ele abrir bem a boca. Quando o bebê pega bem o peito, o queixo encosta na mama, os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e aparece mais aréola (parte escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que na de baixo. Cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado.
Fonte: MS/SAS. CAB 23.
Pega inadequada ou má pega
Fonte: MS/SAS. CAB 23
Referências:
http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/destaques/atencao-a-gestante-e-a-puerpera-no-sus-sp/manual-tecnico-do-pre-natal-e-puerperio/manual_tecnicoii.pdf
http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-da-crianca/aleitamento-materno
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/aleitamento-materno-ainda-enfrenta-obstaculos
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v1.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/aleitamento-materno-ainda-enfrenta-obstaculos
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v1.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
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