PARTO NORMAL
"O parto normal tem início de forma espontânea e o nascimento ocorre
por via vaginal".
É um processo que respeita o momento certo de nascimento
da criança e acontece da forma mais natural possível.
Quando optar pelo parto normal
O parto normal deve ser sempre a primeira opção por trazer benefícios
para a mulher e o bebê.
Vantagens para a mulher
• Favorece uma recuperação mais rápida e sem dores após o parto.
• Permite a interação plena com o bebê, desde o primeiro minuto do seu
nascimento, favorecendo a criação do vínculo.
• Reduz a probabilidade de repasse de drogas para o bebê, pois, geralmente,
a mulher não recebe medicamentos no parto normal.
• A mulher não precisa ser submetida a procedimentos desnecessários e
não terá cicatrizes.
Vantagens para o bebê
• Ao passar pelo canal vaginal:
◊ O tórax é comprimido, favorecendo a expulsão do líquido amniótico dos
pulmões;
◊ Acelera a maturidade pulmonar e previne problemas respiratórios;
◊ Melhora o sistema neurológico;
◊ Fortalece o sistema imunológico;
◊ O bebê nasce mais ativo e tem mais chances de se alimentar exclusivamente
do leite materno sob livre demanda.
• Além disso, ao passar pelo canal vaginal, a flora bacteriana da mãe passa
para o bebê, ajudando-o a formar sua própria flora intestinal (microbiota).
Essa microbiota da criança, formada a partir da passagem no canal de parto,
previne, no futuro:
◊ em 20% o aparecimento de diabetes tipo I (melhoria do sistema metabólico);
◊ em 16% o aparecimento de asma;
◊ e o aparecimento de alergias e doenças autoimunes (melhoria do sistema
imunológico).
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O bebê nasce espontaneamente com
apresentação cefálica entre 37 e 42
semanas completas de gestação.
Após o nascimento, tanto mãe como bebê
estão em boas condições.
ADMISSÃO DA PACIENTE NO CENTRO OBSTÉTRICO
A paciente é acolhida pela equipe de enfermagem, orientado-a sobre o setor e a presença dos
acompanhantes, conforme Protocolo de Acompanhantes da instituição. O enfermeiro realiza a anamnese da paciente.
OBJETIVOS DE EQUIPE DE ENFERMAGEM:
- Acolher e apoiar a paciente em todo o trabalho de parto.
- Monitorar os sinais e sintomas da evolução do parto.
- Orientar e oferecer os métodos não farmacológicos de alívio da dor.
- Prestar um atendimento humanizado a paciente e seu acompanhante.
AVALIAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM:
- Pré-natal;
- Queixa principal.
- Antecedência obstétrica (número de gestações, paridades e abortos).
- Avaliação obstétrica (contrações / perdas transvaginais/ movimentos fetais).
- Alergias /uso de drogas/ vítima de violência.
- História patológica atual.
- Nível de consciência.
- Avaliação das mamas / mamilos.
- Avaliação das perdas transvaginais (quantidade e características).
- Sinais vitais.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRIMEIRO ESTÁGIO
O Período de dilatação é dividido em duas fases: latente e ativa.
A latência caracteriza-se como
um período em que as contrações estão se tornando mais coordenadas, fortes e eficientes, o colo torna-se
mais amolecido, flexível e elástico. Dois terços do tempo total do período de dilatação correspondem a
esta fase.
A fase ativa começa quando a dilatação cervical atinge 2 a 4 cm, sendo definida como a de
dilatação cervical rápida. Para que ocorra a dilatação é necessário o apagamento, a descida do feto e
contrações uterinas eficientes. Estas contrações encurtam o corpo uterino, tracionando longitudinalmente
o segmento inferior, que se expande. A frequência da contratilidade uterina aumenta à medida que evolui
o trabalho de parto, sendo maior em sua fase ativa.
No primeiro estágio do parto são necessárias algumas intervenções da equipe de enfermagem específicas
relacionadas a esta fase do parto:
Estabelecer uma relação com a parturiente seus familiares.
Informar a parturiente e seus familiares a progressão do trabalho de parto.
Fornecer líquidos leves conforme prescrição médica.
Explicar todos os procedimentos durante o trabalho de parto.
Monitorar os sinais vitais maternos:
o Temperatura a cada 6 horas, exceto no caso de hipertermia ou no rompimento das membranas, que
exigem a verificação a cada 2 horas e sempre que necessário. -Verificação de pulso e respiração de acordo com a rotina do setor. -Pressão Arterial a cada 6 horas, exceto no caso de hipertensão ou hipotensão, ou quando a
parturiente receber medicamento que interfira na estabilidade hemodinâmica. Nestes casos o
intervalo de verificação será definido pela equipe do setor.
Monitorar os batimentos cardio fetais.
Oferecer os métodos não farmacológicos de alívio da dor de acordo com a aceitação da parturiente:
deambulação, massagens, movimentos facilitadores do trabalho de parto, banho de aspersão, bola
suíça, respiração consciente, aromaterapia, escalda pés, etc.
Estimular a parturiente a uma atitude ativa com movimentação e exercícios livres durante o trabalho de
parto, parto e nascimento, favorecendo as posições verticais e uso de métodos não invasivos para
alívio da dor.
Estimular as técnicas de conforto.
Ajudar a parturiente a mudar de posição.
Orientar a paciente a caminhar, agachar, ficar semi-sentada, manter-se em decúbito lateral, auxiliar no
banho de aspersão,
Rever e ensinar técnicas de respiração adequadas.
Administrar medicações prescritas, caso necessário.
Observar sinais e sintomas após a administração das medicações.
Auxiliar na analgesia, quando indicado.
Incentivar o esvaziamento da bexiga.
ASSISTÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO SEGUNDO ESTÁGIO
O segundo estágio (período expulsivo) inicia-se com a dilatação máxima e termina com a expulsão
do feto. Nessa fase ocorrem os puxos maternos.
Nesta fase são necessárias as seguintes intervenções de enfermagem:
- Informar a parturiente e seus familiares sobre a progressão do trabalho de parto.
- Preparar a mesa de parto usando técnica asséptica.
- Preparar a Unidade de Calor Radiante e os materiais para receber o RN.
- Auxiliar o profissional a se paramentar.
- Auxiliar a parturiente no posicionamento adequado.
- Higienizar a área perineal.
- Monitorar os sinais vitais maternos.
- Auxiliar a puxar suas pernas para trás, de modo que seus joelhos fiquem fletidos.
- Incentivar a respiração eficaz.
- Levantar grades laterais.
- Incentivar o aleitamento materno na primeira hora de vida.
- Identificar o recém-nascido com pulseira e/ou tornozeleira, registrando o nome da mãe, prontuário data, hora do nascimento e sexo.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TERCEIRO ESTÁGIO
Na 3ª fase do processo de parturição ocorre a separação e a expulsão da placenta (dequitação). Este estágio
constitui-se em período de grande risco materno e exige do profissional manter a vigilância dos sinais
clínicos, em função da possível ocorrência de hemorragias no pós-parto, uma das grandes causas de
mortalidade materna.
A incidência de casos de hemorragia pós-parto e de retenção placentária ou de restos
placentários aumenta na presença de fatores predisponentes. Mesmo em gestações de baixo risco e
partos normais durante o 1º e 2º estágios coexiste a possibilidade de ocorrer hemorragia severa e/ou
retenção placentária. Assim, a forma a assistência prestada durante o 3º estágio poderá influenciar
diretamente sobre a incidência dos casos de hemorragia e na perda sanguínea decorrida desse evento.
Para isto, algumas medidas devem ser tomadas:
- Observar sangramento. A perda de mais de 500 ml de sangue pode representar risco de choque hipovolêmico.
- Realizar a coleta do sangue do cordão para obter amostra de sangue a fim de realizar análise bioquímica e hematológica.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO QUARTO ESTÁGIO DO PARTO
- A hemorragia pós-parto (HPP) é a causa mais comum de mortalidade materna quando computadas as mortes em todo o mundo, sendo responsável por 25% dessa taxa e contribuindo para a mortalidade e para a elevação dos custos no atendimento perinatal.
- A observação deve ser redobrada nesta fase, por tratar-se do período em que, com mais frequência, ocorrem hemorragias pós-parto, principalmente por atonia ou hipotonia uterina. É também momento adequado para promoção de ações que possibilitem o vínculo mãe/bebê, evitando-se a separação desnecessária.
Referências:
https://www.unicef.org/brazil/pt/quem_espera_espera.pdf
http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/assistencia_no_trabalho_de_parto.pdf
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