ETAPAS DO PRÉ-NATAL
Acolhimento
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Após a confirmação da gravidez,
deve ser iniciado o acompanhamento pré-natal o mais precocemente possível. Na
primeira consulta são estabelecidas as primeiras reações, positivas ou
negativas, entre a gestante e o profissional. Deve-se buscar a confiança e o
vínculo, para facilitar a expressão das angústias e preocupações.
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Anamnese
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Os dados são obtidos por meio
de uma entrevista com a finalidade de estabelecer uma relação de confiança e
apoio. O ambiente deve ser agradável, calmo e privativo, usando uma linguagem
acessível e que os esclarecimentos sejam embasados em conhecimentos
técnico-científicos.
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Exame
físico geral
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Explicar como será realizado e
solicitar a gestante que esvazie a bexiga e retire sua vestimenta colocando o
avental próprio para o exame. O exame físico na primeira consulta pré-natal
deve ser detalhado, tendo como objetivos avaliar o estado de saúde da
gestante, diagnosticar intercorrências, confirmar o estado gravídico e a
idade gestacional obtida por meio da anamnese e avaliar as condições fetais.
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Inspeção
geral
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No inicio da gestação, ocorre
um emagrecimento relacionado a náuseas e vômitos, desconfortos frequentes
nesse período. Com o evoluir da gravidez, o quadril se alarga, há um aumento
de peso e do volume abdominal e distensão da pele. O rosto torna-se cheio, o
olhar mais vivo e a respiração mais ativa acentua o tipo torácico ou costal.
A gestante projeta progressivamente o abdômen para frente, deslocando o
centro de gravidade. Para a manutenção do equilíbrio, ela afasta os pés e
retropulsa o tórax, exagerando a lordose lombar.
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Exame
obstétrico
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Cabeça: pode ocorrer o
aparecimento de lanugem junto à inserção dos cabelos e a pigmentação de
tonalidade escura, distribuída nas regiões mais expostas da face (cloasma).
Pescoço: A hiperfunção da tireoide engrossa o pescoço. Tórax: O preparo
hormonal promove alteração das mamas, tornando-as pendentes, sensíveis e
dolorosas. Procede-se à inspeção das mamas, verificando a forma dos mamilos.
A enfermeira deve aproveitar essa oportunidade para comentar sobre aspectos
relacionados ao cuidado pré-natal das mamas e mamilos visando à amamentação.
Abdômen: pode-se observar estrias, e pigmentação da linha alba. Após as 28ª
semana de gestação, podemos reconhecer abdômen ovoide e globoso. Órgãos
genitais externos: a hiperpigmentação gravídica atinge as formações
anatômicas do introito vulvar. Podendo-se observar a coloração arroxeada da
mucosa vaginal e o aspecto violáceo do introito vaginal. Membros Inferiores:
o aumento da pressão venosa dos membros inferiores favorecem o aparecimento e
o agravamento de varizes, bem como a ocorrência de edema.
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Mensuração
da altura uterina
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A gestante deve ser posicionada
em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto e com a bexiga vazia. A
mensuração deve ser iniciada com a delimitação da borda superior da sínfise
púbica e do fundo uterino. A medida expressada em centímetros deve ser
anotada no cartão da gestante. O aumento do útero está relacionado com a
idade gestacional.
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Palpação
obstétrica
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O palpar obstétrico tem como
finalidade reconhecer a situação e a apresentação fetal. Os pólos cefálico e
pélvico e o dorso fetal são facilmente identificáveis a partir do terceiro
trimestre gestacional.
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Ausculta
obstétrica
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Os ruídos captados pela
ausculta obstétrica podem ser fetais e maternos. Ruídos fetais: são
consequência de batimentos cardíacos, de movimentos bruscos de partes fetais,
de movimentação ritmada do feto, de sopro cardíaco e de sopro funicular.
Ruídos maternos: sopro uterino produzido pela passagem de sangue pelos vasos
da parede uterina, batimentos da aorta abdominal e ruídos acessórios
(intestinais). Os batimentos cardíacos fetais podem ser escutados por meio do
Sonar Doppler a partir da 10 ou 12ª semana de gestação, é considerada normal
a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto.
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Exame
ginecológico
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Inspeção de órgãos genitais
externos, exame especular e toque vaginal.
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Solicitação
de exames laboratoriais
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Primeira consulta: Grupo sanguíneo
e fator Rh; Sorologia para sífilis; Urina; Hemoglobina e hematócrito;
Glicemia de jejum; Teste anti-HIV; Sorologia para hepatite B; Sorologia para
toxoplasmose; Papanicolau (se necessário). Por volta da 30ª semana de
gestação: Sorologia para sífilis; Urina; Glicemia de jejum; Sorologia para
hepatite B.
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Calcular
a data provável do parto
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A utilização da Regra de
Naegele é clássica para o cálculo da data provável do parto, que prevê uma
duração de 280 dias ou 40 semanas para a gestação. Acrescentam-se sete dias
ao primeiro dia da última menstruação e adicionam-se nove meses ao mês em que
ocorreu a última menstruação (quando ocorreu nos meses de janeiro e março) ou
subtraem-se três meses (quando ocorreu nos meses de abril a dezembro).
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Calcular
a idade gestacional
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Tendo como base a data da
ultima menstruação (DUM), basta somar os dias que se passaram, a partir do
primeiro dia da última menstruação referido pela gestante, até o dia em que
se deseja calcular a idade gestacional (IG) e dividir pelo número sete.
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Orientações
para o autocuidado e ações educativas da equipe de saúde
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Finalidade e importância do
acompanhamento pré-natal; Participação do parceiro no acompanhamento
pré-natal; Higiene e atividade física. Nutrição; Modificações locais e gerais
do organismo materno durante a gestação; Desenvolvimento e crescimento fetal;
Sexualidade; Orientações relacionadas aos desconfortos frequentes na
gestação; Importância da realização dos exames laboratoriais, do exame
preventivo de câncer de cérvico uterino e do autoexame das mamas; Sinais e
sintomas de trabalho de parto; Incentivo ao parto normal; Aleitamento
materno; Direitos legais da gestante e do parceiro; Noções sobre alojamento
conjunto; Cuidados com o recém-nascido; Importância da consulta puerperal;
Importância do planejamento familiar, dentre outros.
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