PARTO CESÁREA

"É uma forma de parto feita através de cirurgia"

O tipo mais comum de cirurgia grande porte é a cesariana abdominal ou também chamada cesárea. E uma técnica cirúrgica que consiste num corte feito na pele acima da linha dos pêlos pubianos, abrindo-se a parede abdominal, e depois a parede uterina. A incisão da pele e do útero são transversais.

A maioria das cesarianas é realizada porque o trabalho de parto está progredindo muito lentamente. Dentre outras indicações temos também o sofrimento fetal agudo, as desproporções entre o tamanho do feto e da bacia óssea materna e as gestações de alto risco. É feita incisão sobre a pele e abertos sucessivamente o tecido subcutâneo, a aponeurose dos músculos reto abdominais, separados os músculos na linha média, aberto o peritônio parietal, o peritônio visceral e a parede uterina. O próximo tempo é a extração do feto, seguida da retirada da placenta e revisão da cavidade uterina. São então suturados os planos anteriormente incisados.
Atualmente a cesárea é extremamente segura e a recuperação é relativamente fácil, porém como toda cirurgia tem riscos. Pode ocorrer infecção, hematoma, hérnia, lesão de bexiga ou outros órgãos entre outras complicações. Estas complicações são raras, porém podem ser graves.

Do ponto de vista neonatal, principalmente pela realização de operações cesarianas desnecessárias em mulheres com idade gestacional ao redor da 37ª semana (peritermo), o procedimento passa a ser um fator contribuinte para a prematuridade tardia iatrogênica, da ocorrência de desconforto respiratório neonatal e internação em unidades de terapia intensiva neonatal.Mas, além dos seus efeitos na morbidade e mortalidade materna e neonatal, a operação pode interferir na vinculação entre a mãe e o bebê, no aleitamento materno e no futuro reprodutivo da mulher.

VANTAGENS DO PARTO CESÁREA

O fato do parto cesário não ser a via de eleição na maioria dos casos não significa que ele não apresente algumas vantagens em relação ao parto normal. O que se deve deixar claro é que, nos casos sem indicação médica, essas vantagens não superam os riscos de submeter a mãe a um procedimento cirúrgico.
Entre as vantagens e comodidades que a cesária proporciona, podemos citar:
– Possibilidade de escolher previamente a data exata do nascimento.
– Ajuda a reduzir o estresse materno durante o parto por passar a ideia de um ambiente plenamente controlado, onde tudo ocorre de forma previamente estipulada.
– O trabalho de parto é curto e com duração previsível.
– Garante que o obstetra da gestante estará disponível no dia do parto.
– Impede a ocorrência de nascimentos pós-termo (com mais de 42 semanas de gestação), o que está associado a um maior risco de problemas para o neonato.
– Elimina o risco de complicações relacionadas ao processo de trabalho parto vaginal, como lesão do plexo braquial relacionado a distocia de ombro, traumas ósseos (fratura de clavícula , crânio e úmero) ou asfixia provocada por complicações intra parto.
– Reduz o risco a longo prazo de prolapso uterino ou de bexiga e incontinência urinária na mãe.
É aplicado dentro do centro cirúrgico a anestesia, na região lombar da paciente, entre duas vértebras da coluna. Existem TRÊS tipos de anestesia e a aplicação é direcionada de acordo com cada paciente, quadro clínico, situação do trabalho de parto, etc. A diferença básica entre elas é o local onde o anestésico é aplicado. Os tipos são:
RAQUIDIANA - é administrada muito próxima aos nervos da medula espinhal.
PERIDURAL - é administrada em um espaço mais distante e com uma membrana separando-a dos nervos.
DUPLO BLOQUEIO - é a combinação entre as duas técnicas, onde um cateter é inserido dentro do espaço peridural para posterior administração do anestésico durante o trabalho de parto.

RISCOS DO PARTO CESÁREA

Quando a gestante é submetida a uma cesariana, ela deixa de ser uma paciente em trabalho de parto e passa ser uma paciente cirúrgica em trabalho de parto. Por isso, além dos potenciais riscos inerentes a qualquer parto, acrescentam-se, ainda, os riscos inerentes à cirurgia.
Entre as complicações que a gestante fica exposta podemos citar:
– Maior risco de infecções.
– Maior risco de trombose dos membros inferiores.
– Maior risco de hemorragias.
– Maior risco de reações aos anestésicos.
– Recuperação mais prolongada após o trabalho de parto.
– Maior incidência de dor no pós operatório.

INDICAÇÕES DO PARTO CESÁRIO

Apesar dos riscos inerentes ao parto cesário, há certas situações médicas que tornam o parto normal mais perigoso que a cesariana. Nestes casos, que ocorrem em média em 1 a cada 7 grávidas, o médico deverá optar pela cesária para proteger a mãe e/ou o bebê.
Dependendo do motivo, a escolha pelo parto cesário pode ser feita previamente, ou somente na hora do nascimento, caso algo imprevisível surja durante o trabalho de parto normal.
Entre as situações médicas que habitualmente indicam a programação prévia de uma cesariana, podemos citar:
– Quando o bebê está na posição errada, de lado ou com a cabeça para cima.
– Quando o bebê é muito grande, havendo desproporção entre o seu tamanho e a pelve da mãe, o que dificulta a sua saída pelo canal vaginal.
– Gravidez gemelar.
– Quando a placenta está implantada de forma anormal, como nos casos de placenta prévia.
– Mulheres que já tiveram mais de uma cesariana anteriormente.
– Mulheres que tiveram parto cesariano recentemente.
– Mães infectadas com doenças que se transmitem durante o parto, como herpes genital ou HIV.
– Suspeita de anomalia genética do bebê.
– Mioma volumoso que possa obstruir a passagem do bebê.
– Cirurgia uterina prévia, como remoção de miomas.

Entre as situações médicas que indicam a mudança para cesariana durante um trabalho de parto normal já iniciado, podemos citar:
– Trabalho de parto que não evolui como deveria, apesar das contrações já terem se iniciado há horas.
– Sinais de sofrimento fetal imediatamente antes ou durante o parto, como redução da frequência cardíaca do bebê.
– Hemorragia intensa por descolamento prematuro da placenta.
– Posição inadequada do bebê, não reconhecida antes do início do trabalho de parto.
– Protusão do cordão umbilical para fora do útero antes do bebê sair.

PÓS-PARTO
A intensidade e duração das dores pós-operatória, desconfortos, limitações da paciente variam para cada pessoa, mas mesmo assim, o pós parto cesárea tende a ser pior que o do parto normal. Independente das regras da instituição, é recomendável que a paciente fique de 6 a 12 horas de repouso, sem fazer esforço. É necessário ficar, no mínimo 48 horas internada antes da alta, podendo se entender por um maior período em casos que a puérpera tenha tido alguma complicação durante o parto.

Referências:
PINHEIRO P. PARTO POR CESARIANA – VANTAGENS E RISCOS. JAN. 2018. DISPONÍVEL EM: HTTPS://WWW.MDSAUDE.COM/2013/10/PARTO-CESARIANA.HTML.
HTTP://PORTALARQUIVOS2.SAUDE.GOV.BR/IMAGES/PDF/2016/MARCO/31/MINUTA-DE-PORTARIA-SAS-CESARIANA-03-03-2016.PDF

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